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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Falar sobre nós mesmas

Escrever sobre a luta das mulheres contra a opressão do machismo não é fácil. Em especial, se existem homens tentando escrever sobre isso, pode incorrer em - no mínimo - uma grave miopia em relação às diversas formas de opressão que existem na sociedade.
É preciso ter humildade e honestidade intelectual, para que seja lido como o mais feminista possível para algo elaborado por um homem, uma vez que sempre existe dúvida se é possível ao homem compreender de fato a até onde vai opressão contra a mulher.
Argumentos machistas que muitas vezes são naturalizados por nós e não são percebidos como a opressão que realmente são. Vamos então ver alguns:
"A mulher deve se dar ao respeito"- é de longe uma das mais famosas frases. Esse argumento simplesmente não especifica o que é "se dar ao respeito" e nem por que motivo só mulheres devem fazer isso. Trata-se de discriminação disfarçada. Por que uma mulher ir à balada e ficar com quem ela bem entender é "não se dar ao respeito", enquanto para os homens isso é motivo de orgulho? Os homens tem mais direitos sexuais que as mulheres apenas porque são homens? Por que mulheres deveriam se vestir com recato, enquanto homens andam sem nus?
"A mulher é dissimulada e traiçoeira. O homem é  íntegro". O erro é parecido com o anterior. Aqui, ocorre a naturalização de uma situação contingente. Historicamente, nossa sociedade sempre induziu homens a serem fraternais entre si. As mulheres sempre foram ensinadas a competirem entre si para atraírem a atenção de algum pretendente. Existiram numerosas instituições ou agremiações exclusivamente femininas, marcadas por fortes laços de solidariedade, no decorrer da história. A mulher não é dissimulada ou traiçoeira. Ela foi forçada, socialmente, a agir assim em relação às suas iguais.
 Não há forma de se defender direitos de um gênero e de outro sem ser injusto . Ser homem não é mérito algum, o mero fato de sê-lo não fundamenta direitos adicionais. Isso significa que não é a mulher que deve se dar ao respeito, mas o homem que deve respeitar a vontade da mulher, que pode tanto quanto ele.
A mulher pela biologia reprodutiva  acaba valendo-se  de direitos que não fazem sentido ao homem. Direito à gestação e parto de qualidade e dignos e direito à amamentação são dois exemplos. Esses direitos fazem sentido para as mulheres porque integram sua dignidade enquanto seres humanos de igual valor a todos e cada um de nós.
"A mulher é naturalmente mais irracional que o homem": frases do tipo "você está exagerando" ou "você é louca". Primeiramente, isto mostra uma  ideia de alguém ser "naturalmente" mais que outra pessoa. Isso é mostrar que mulheres tem uma menor capacidade cognitiva que homens, algo que está longe da realidade.
Definir algo como racional é  complexo, e usualmente usado como forma de discriminar entre entes superiores ou inferiores. A questão   de irracionalidade também.
A ideia de racionalidade é maleável,e  é utilizada para dizer que determinadas formas de reação a xingamentos ou agressões são irracionais e outras não. É raro chamarem um marido abusivo, violento, de irracional. Isso mostra como as palavras podem ser usadas de forma a discriminar, porém já dizem que uma mulher reagiu "histericamente" em relação a alguma cantada de rua, por exemplo, ou porque borrou a maquiagem, quebrou a unha, ou coisa do tipo...


Mulher, uma caixinha e surpresa que só conhece, quem pode vivenciar diariamante com uma.

Quando os cachorros rolam...

Quando cachorros rolam e ficam de barriga pra cima, o comportamento indica um sinal de submissão. Novas pesquisas sugerem que podemos estar errando na interpretação da linguagem corporal canina.
Um novo estudo da Universidade de Lethbridge, no Canadá, e da Universidade da África do Sul mostra que rolar pode ser mais uma manobra de combate que um ato de submissão.
Para o estudo, os pesquisadores observaram uma fêmea de tamanho médio enquanto ela brincava com 33 cachorros diferentes, um de cada vez. Eles também analisaram 20 vídeos do YouTube de cachorros brincando – examinando todas as vezes em que o cachorro rolava e ficava deitado de barriga para cima.
O que os pesquisadores descobriram: Nenhum dos movimentos observados no estudo eram consistentes com submissão. Em vez disso, eles pareciam ser usados como tática defensiva, para evitar mordidas no pescoço, ou ofensivos, para lançar um ataque.
“Ficamos muitos surpresos, pois em nenhuma das vezes em que o cão ficou na posição supino pudemos atribuir o movimento à submissão”, disse ao Huffington Post, por email, Sergio Pellis, professor de neurociência da Universidade de Lethbridge. “Isso sugere que outros estudos que usaram a postura supino como indicador de submissão podem ter exagerado o papel das relações de dominância na regulação do comportamento social de cães domésticos em geral e a relevância das relações de dominância durante as brincadeiras em particular.”
Em outras palavras, rolar nem sempre tem a ver com dominância e submissão. Afinal de contas, os pesquisadores explicaram que, se rolar fosse um gesto de dominância nas brincadeiras, os cães menores ou mais fracos é que tenderiam a fazer esse movimento – mas os pesquisadores observaram que a probabilidade maior era que o cão maior rolasse.
Os autores do estudo também indicam que, se o movimento de rolar estivesse sendo usado como um gesto de submissão, o cão ficaria naquela posição por mais tempo – mas as roladas costumavam durar pouco tempo.
Por que interpretamos esses movimentos da forma errada? Pellis aponta para pesquisas anteriores com lobos. Em alcateias, animais de status inferior tendem a rolar como maneira de demonstrar submissão, mas isso acontece geralmente em situações que não são de brincadeira.
“Apesar de os cachorros serem descendentes dos lobos, seu comportamento é ligeiramente diferente”, disse Pellis em seu email. “Para entender melhor o comportamento do cão, portanto, precisamos examinar com cuidado as aptidões deles dentro do contexto de seu ambiente atual, como parceiros dos humanos.”
O estudo foi publicado na edição de janeiro de 2015 da revista Behavioural Processes.

Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.

Anvisa suspende lotes de anticoncepcional

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta quinta a distribuição, a comercialização e uso do anticoncepcional Yaz, fabricado pela Bayer.
Cinco lotes estão proibidos de circular: BS01A9H, BS01A70, BS01AA5, BS01AA6 e BS01AK9.
Esses lotes, referentes ao produto Yaz (drosperinona + clatrato de etinilestradiol betaciclodextrina), 3 mg + 0,02mg, 24 comprimidos revestidos, foram embalados com a indicação irregular de prazo de validade.
As embalagens informam que o produto vence em três anos, mas o registro do medicamento da Anvisa restringe a data de validade a dois anos.

Em nota, a Bayer afirmou que os lotes foram fabricados em outubro de 2014, e que não há risco de segurança para as usuárias do produto. A empresa também reforçou que substituirá as unidades suspensas.
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