Eu vejo com muita preocupação a postura de alguns pais que
neste tempo bem conturbado onde os valores morais e éticos nos desafiam a criar
nossos filhos, que usam da permissividade em todas as áreas desta vida.
Abusam da confiança que dão aos seus filhos, seja em
qualquer área em que a gente se disponha a comentar. Estive observando nestes
dias de festejos juninos, onde alguns menores de idade gozam do pleno direito
de ir e vir, sem a companhia dos pais, e retornarem altas horas da madrugada,
como se não existissem leis, nem regras.
É preocupante, pois os nossos adolescentes serão nossos
jovens e adultos amanhã, e necessitam de
uma base sólida, de regras para escaparem numa sociedade corrompida e com seus seus valores bem deturpados.
Nossos jovens estão se
perdendo por que estão se arriscando mais, se envolvendo com drogas e bebidas
com mais intensidade e profundidade muito cedo, e de certa forma estão tendo
apoio embora que indiretamente de alguns de seus pais.
A falta de freio da
famíliam apontamos como principal fator. Está faltando controle das emoções e
sobrando irresponsabilidade por todos os lados.
Os instintos nos
jovens afloram de forma ilusória, levando-os ao uso de bebidas alcoólicas em
excesso, drogas e outras experiências bem cedo, e que dificilmente serão
controlados posteriormente.
Os jovens perderam os
referenciais de família e não estão se importando com as consequências de seus
atos, e não acreditam que poderão ser punidos.
Estão deixando suas vidas de lado para vender drogas
e consumir.
Escrevendo ainda sobre
isto, tive o despreazer de agora por volta
de meio dia, ver três garotos
aparentando 11 a 14 anos, perambulando pela minha rua, com garrafas de tinner, cheirando e muito
dopados inclusive.
Sou conselheira do
CMDCA de minha cidade, pela instituição AACAZA e tentei conversar com eles por
conhecer um dos garotos. Um bastante arredio achou que eu chamaria a polícia e não
quis encostar, falava o tempo inteiro nisto. Os outros não se intimidaram, pois
conheço bem um deles, filho de “mãe pedinte”, com uma vida já desgraçada pelas
drogas. Sentaram na calçada e foram taxativos em me pedir comida. Disse que o
almoço estava ainda sendo feito.
Então me pediram
biscoitos, “qualquer coisa” - disseram.
Conversamos bastante, falei sobre Deus, sobre eles tentarem mudar de vida, mas
pouco me ouviram por estarem bastante
drogados. Um deles abriu a garrafa de tinner e solicitei que fechasse, pois não
estava acostumada ao cheiro e iria me dar dor de cabeça. Ele prontamente me
obedeceu. Perguntei o que tinham na garrafa, um deles me disse – “ é tinner, a gente compra a dez reais” -
e me pediu dinheiro. Eu disse que não
daria dinheiro, e mandei pegar um pacote de biscoito para eles. Entreguei os
biscoitos e prontamente abriram, agradecendo, sem querer muita conversa, estava famintos.
Falei com eles sobre voltarem
para a escola, falei de um futuro melhor
que eles estavam perdendo para as drogas. O outro garoto do outro lado me disse
- “você vai fazer mal a gente...” - Eu
disse – “ eu não, o mal vocês já estão
fazendo a vocês mesmos, se drogando...” E foram tropicando entre suas
pernas e comendo biscoito.
Fiquei pensativa, doída, machucada, por ver a
situação e não poder fazer muita coisa. Os telefones não me ajudaram a
localizar os conselheiros tutelares. Com o telefone na mão, fiquei sem ação.
Essa é a nossa triste
realidade. Esses jovens vivem em companhia de amigos que lhe parecem bons de verdade, mas, não são nem amigos e muito
menos parceiros. Por outro lado, está a família que luta para não acontecer o
que ela vê acontecendo na casa do vizinho como a violência, o assassinato, a
morte... Quando esta história amanhã vai se repetir na sua própria família.
E voltando ao começo, toda
esta história começa muitas das vezes com permissividade dos pais, da falta de
zelo com os filhos, cuidados em saber com quem andam, para onde vão, falta de
princípios morais que um dia não foram
repassados também aos pais e esta história tende a se repetir com seus filhos, e
assim por diante.
Famílias infelizmente
sendo destruídas e arruinadas por muitas das vezes faltar o “não,
não faça, não é por aí, você não tem idade para isto...”